A gestão financeira empresarial é um desafio para todos os negócios, mas possui uma complexidade maior quando se trata de empreendedores que estão iniciando na gestão.
O que você vai encontrar?
ToggleÉ preciso aprender a organizar as finanças de uma maneira que gere resultados positivos, entender as estratégias que funcionam para cada situação, criar os relatórios certos, entre muitas outras tarefas importantes para manter a saúde financeira estável ou em crescimento.
Conforme uma pequena empresa expande a sua operação, as dúvidas também podem aumentar. Por isso, é primordial que os gestores aprendam sobre gestão financeira empresarial desde o começo da sua jornada na empresa.
O que é gestão financeira empresarial?
A gestão financeira empresarial é a área que planeja, controla e analisa todas as atividades envolvendo o dinheiro do negócio.
Então, controlar orçamentos, monitorar o fluxo de caixa, organizar as contas a receber e a pagar, definição de corte de custos, solicitação de crédito, investimentos, entre outras tarefas fazem parte do setor financeiro de uma gestão empresarial.
Segundo um estudo feito pela Endeavor Brasil, a falta de gestão financeira está entre as principais causas de mortalidade das empresas brasileiras. Por isso, todas as demandas financeiras precisam ser conduzidas com muita cautela e responsabilidade, pois são um dos pilares essenciais para os resultados da empresa se manterem positivos.
O que é essencial na gestão financeira empresarial?
Cada negócio pode ter suas particularidades na gestão financeira empresarial. Porém, existem atividades e estratégias que a maioria das organizações precisam trabalhar com maestria para continuarem funcionando e crescendo.
Capital de giro
Capital de giro é o dinheiro que a empresa deve ter para continuar funcionando. É o valor necessário para cobrir as despesas e continuar vendendo seus produtos ou serviços.
Em outras palavras, é uma reserva de dinheiro com alta rotatividade, é a quantidade que a empresa precisa ter para pagar as contas recorrentes. Para pagar custos como aluguel, luz e internet, o dinheiro necessário vem do capital de giro, por exemplo.
Antes de fazer novos investimentos, a gestão financeira empresarial precisa ter um planejamento para garantir que o negócio tenha o capital de giro necessário. Além disso, é necessário criar uma reserva para períodos em que o lucro for menor, por exemplo.
Nos primeiros anos de uma empresa, o capital de giro pode ser feito de uma maneira mais simples a fim de descobrir a quantia necessária para manter em caixa e conseguir pagar todas as despesas.
Exemplo de capital de giro
Por exemplo, uma loja de doces possui o total de gastos de R$13.000, incluindo custos como aluguel, funcionário, pró-labore, mensalidade do ERP, contador e matéria-prima.
O proprietário da loja definiu que é necessário se preparar para possíveis momentos de crise. Por isso, definiu que precisa ter uma reserva de três meses caso a loja não lucre o suficiente para pagar as despesas.
Logo, a reserva de capital de giro que a empresa precisa ter é de R$ 39.000 (gastos mensais x 3 meses).
Para empresas mais avançadas e estruturadas, é possível trabalhar com a fórmula padrão de capital de giro líquido que é a seguinte:
Capital de Giro Líquido = Ativos Circulantes – Passivos Circulantes
Passivos circulantes são as contas a pagar, compras de mercadorias, empréstimos de curto prazo, impostos, etc. Enquanto os ativos circulantes incluem dinheiro em caixa, valor dos produtos em estoque que tem previsão de venda no período considerado para o cálculo e contas a receber, por exemplo.
O resultado desse cálculo é utilizado principalmente para descobrir se a empresa tem a quantia necessária para cumprir com as obrigações de curto prazo.
Contas a pagar e a receber
Contas a pagar e receber é a organização das despesas previstas e do dinheiro que a empresa tem para receber dos clientes ou de investimentos aplicados.
Pode parecer uma tarefa simples, mas é algo que precisa de muita atenção para manter a gestão financeira empresarial funcionando corretamente.
86% dos empresários que responderam uma pesquisa feita pela Sage concordaram que um atraso no pagamento afeta toda a cadeia de suprimentos. Por isso, é importante ter um planejamento atualizado das contas a pagar para evitar juros, inadimplência ou então para ter tempo hábil de negociar as dívidas.
Da mesma forma, é preciso ter uma boa estratégia para lidar com o dinheiro que está previsto para entrar na empresa, tanto para fazer a devida cobrança com os clientes ou solicitar antecipação de recebíveis, caso seja necessário.
Emissão de nota fiscal
A emissão automatizada e correta de notas fiscais garante que a empresa esteja cumprindo suas obrigações. Além disso, as NF-es ajudam a garantir uma boa organização para a contabilidade e monitorar todo o faturamento dos negócios.
Fluxo de caixa
Fluxo de caixa é o controle das entradas e saídas de dinheiro da empresa, ou seja, os valores que entram e saem após o pagamento de todas as despesas em determinado período.
O monitoramento do fluxo de caixa permite que a gestão financeira empresarial faça um bom controle de custos, entenda o andamento das vendas e faça projeções financeiras.
Gestão de estoque
A gestão de estoque, embora seja um setor diferente do financeiro, ambos precisam estar integrados e trabalhar em sincronia. Inventário, custo de manutenção de estoque, compra e negociação com fornecedores e giro de estoque são dados importantes para a área financeira monitorar e incluir no planejamento.
Planejamento financeiro
O planejamento financeiro é muito importante para qualquer empresa, inclusive se você é microempreendedor individual (MEI), pois o planejamento funciona como um guia para a empresa organizar seu dinheiro, se manter ativa e crescendo.
Um planejamento financeiro empresarial deve levar em consideração vários aspectos, como:
- Análise da empresa e do seu mercado de atuação;
- Meta e objetivos;
- Plano de ações;
- Projeção de receitas e despesas;
- Orçamentos;
- Capital de giro e controle de caixa;
- Gestão de riscos;
- Investimentos e possibilidades de recorrer a créditos;
- Métricas para análise de resultados.
6 razões para colocar a gestão financeira empresarial em prática
Trabalhar a gestão financeira empresarial de maneira estratégica e organizada é crucial para a manutenção dos negócios, antecipação de problemas e possibilidade de crescimento.
1. Estabelecer um pró-labore para colher frutos do seu esforço
O pró-labore é a remuneração que os proprietários ou sócios da empresa recebem pelo trabalho que executam.
As regras do pró-labore variam de acordo com cada empresa. Por exemplo, pode ser um valor fixo ou uma porcentagem em relação ao lucro; pode ser pago mensalmente ou em outro período que faça sentido para os envolvidos.
Embora as regras sejam simples, ainda é essencial ter um pró-labore, principalmente quando se trata dos pequenos empreendedores, pois isso evita misturar finanças pessoais com as finanças da empresa – atitude que prejudica muito o crescimento dos pequenos negócios.
2. Ter uma organização de contas eficiente para o negócio
Ter um controle correto das contas a pagar e receber permite que o fluxo de caixa da empresa seja positivo, garantindo que as despesas sejam pagas em dia sem juros, além de garantir o recebimento correto das contas a receber.
3. Saber tudo o que entra ou sai da empresa
Ao trabalhar com um planejamento conciso e ter um bom controle financeiro, a gestão mensura com precisão o desempenho das vendas, tem uma organização de despesas sem prejuízos, analisa a possibilidade de expansão ou de faz outros investimentos para garantir que a empresa continue crescendo.
4. Criar uma reserva financeira para emergências e investimentos
Estar preparado para meses de baixa nas vendas ou tempos de crises é essencial para qualquer empresa.
Embora pequenos empreendedores talvez não consigam trabalhar com a reserva ideal de capital de giro, é importante mensurar gastos e riscos a fim de fazer o possível para vencer momentos turbulentos.
5. Saber onde quer chegar com objetivos financeiros palpáveis
Estabelecer metas específicas e alcançáveis é essencial para a empresa crescer, além de permitir que os gestores saibam se as atividades e investimentos estão alinhados com os objetivos financeiros.
6. A existência de ferramentas tecnológicas que facilitam o controle financeiro
O setor financeiro precisa ter um controle preciso e seguro de todas as transações de dinheiro da empresa. Para isso, trabalhar exclusivamente com planilhas pode colocar as informações em risco. O ideal é ter um sistema de gestão financeiro que permita emitir notas fiscais, controlar fluxo de caixa, analisar todo o histórico de vendas e pagamentos, entre outras tarefas que são registradas com riqueza de detalhes e segurança em um software como o ERP.