Uma boa gestão empresarial é fundamental para o sucesso de qualquer negócio. Parece algo simples e natural para muitos empreendedores, mas a gestão é uma habilidade que exige conhecimento, prática e melhoria constante de estratégias.
O que você vai encontrar?
ToggleUma pesquisa realizada pela consultoria PwC em 2021 ilustra os resultados de uma má gestão nas empresas. O estudo se baseou em entrevistas com mais de 2.800 executivos em todo o mundo e revelou que a administração ruim foi uma das principais causas das crises enfrentadas pelas empresas em 2020.
A pesquisa constatou que:
- 37% dos entrevistados relataram ter enfrentado crises devido a uma má gestão interna;
- 47% citaram a falta de planejamento adequado como um fator que contribuiu para as crises em suas empresas;
- 46% mencionaram problemas de comunicação interna como um dos principais desafios enfrentados durante a pandemia.
Seja nos momentos de crises ou no dia a dia, uma boa administração é a base para bons resultados nas empresas. Por isso, criamos este guia da gestão empresarial para auxiliar empreendedores e líderes de equipe a estarem mais preparados para lidar com os desafios de gerenciar projetos e pessoas.
Neste guia você encontrará:
- O que é gestão empresarial?
- Qual a importância da gestão empresarial?
- Por que a gestão empresarial é essencial para os pequenos negócios?
- Quais são os tipos de gestão empresarial?
- Como aplicar os conceitos de gestão empresarial na prática?
- Vantagens da gestão empresarial
- Ferramentas para gestão empresarial
- Erros para se evitar na gestão empresarial
- Sistema para facilitar a gestão
O que é gestão empresarial?
A gestão empresarial é responsável por planejar e conduzir o trabalho e os colaboradores da melhor maneira possível a fim de atingir os objetivos da empresa.
Para Philip Kotler, autor de diversos livros sobre negócios, a gestão empresarial envolve a identificação e satisfação das necessidades dos clientes, a maximização dos recursos da empresa, e a criação de um ambiente que favoreça a inovação e o crescimento sustentável.
Já para Henry Mintzberg, um renomado teórico da administração, a gestão empresarial não pode ser reduzida a um conjunto de técnicas ou habilidades isoladas, mas sim a um processo complexo que envolve diversos aspectos interligados para manter a empresa funcionando e crescendo.
Mintzberg enfatiza que a gestão empresarial não pode ser exercida apenas por meio da análise e planejamento racional, mas também deve envolver a intuição, a criatividade e a capacidade de lidar com as incertezas e os desafios.
Há uma série de atividades que podem ser lideradas pela gestão empresarial, tais como o plano de negócios, planejamento estratégico a curto e longo prazo, gestão de projetos, gestão de pessoas, gestão de produto, marketing, entre outras áreas importantes para o funcionamento da empresa.
Sabemos que, na maioria das vezes, no início de um negócio são os empreendedores que gerenciam todas as atividades. Mas à medida em que a empresa cresce, é importante encontrar gestores especialistas para cada setor. Dessa forma, a produtividade e os resultados podem ter escalabilidade com pessoas focadas na administração de cada área.
Qual a importância da gestão empresarial?
A gestão empresarial é importante pois está ligada diretamente aos resultados da empresa. Sem uma boa administração, dificilmente um negócio consegue manter resultados satisfatórios a longo prazo.
A gestão trabalha de acordo com o interesse dos seus stakeholders, que são seus clientes, investidores, gestores e funcionários. O objetivo é fazer com que todos os envolvidos no seu plano de negócios estejam satisfeitos e, claro, que a empresa esteja prosperando de maneira saudável.
Alcance de metas
A principal responsabilidade da gestão empresarial é definir e alcançar as metas da empresa. Para isso, é preciso estudar o mercado e o segmento do negócio, fazer planos de ação e envolver a equipe nas atividades, pois um time que tem uma visão clara dos objetivos consegue trabalhar com mais eficiência.
Otimização de recursos
Para alcançar as metas da empresa, é preciso criar boas estratégias e saber aproveitar ao máximo os recursos disponíveis. Essa prática permite aumentar o lucro da empresa e reduzir custos.
Para otimizar os recursos, o gestor deve pensar em várias possibilidades, como negociar melhores condições com os fornecedores, aproveitar melhor os sistemas que a empresa possui, pensar em como fazer os investimentos em marketing renderem mais, como aumentar a produtividade da equipe – o que pode incluir a contratação de novos softwares e equipamentos, por exemplo – entre outras maneiras de maximizar diferentes recursos.
Redução de custos
Outra responsabilidade importante da gestão empresarial é monitorar o fluxo de caixa para entender as saídas de dinheiro e identificar tanto novas oportunidades de lucro, como despesas que podem ser reduzidas ou cortadas.
Por exemplo, é possível negociar com antecedência com os fornecedores para obter melhores preços nas mercadorias e até mesmo no envio delas.
Em outra situação, cabe ao gestor identificar uma forma melhor de organizar as contas, negociando novos prazos, mudando fornecedores, entre outras maneiras.
Adaptação e sobrevivência da empresa
Estar preparado para lidar com momentos difíceis e gerenciar crises é uma habilidade muito importante que todo gestor precisa desenvolver.
Ter capacidade de se adaptar em diferentes cenários, criar um plano de contingência, identificar oportunidades e guiar a equipe em situações desafiadoras são coisas que todo líder precisará lidar em vários momentos do seu negócio.
Por isso, é muito importante ter um plano atualizado e robusto, sempre estudar o microambiente e o macroambiente empresarial, além de analisar minuciosamente os dados do andamento da empresa.
Por que a gestão empresarial é essencial para os pequenos negócios?
Estudar e desenvolver habilidades de gestão empresarial não são apenas para líderes de grandes corporações, mas principalmente para os que trabalham em pequenos negócios, pois eles precisam:
- Garantir o crescimento sustentável dos negócios
- Aumentar a produtividade do time
- Aproveitar as oportunidades e os recursos disponíveis
- Desenvolver projetos relevantes que aumentem o valor da empresa
- Estar preparado para enfrentar possíveis crises
De acordo com informações do Sebrae, o Microempreendedor Individual (MEI) é o mais impactado na falência de empresas: 29% fecham as portas nos primeiros cinco anos, enquanto o percentual das microempresas é de 21%, e as de pequeno porte, 17%.
A pesquisa feita pelo Sebrae mostra que, quanto maior o porte da empresa, maior a possibilidade de sobrevivência. Os grandes empreendedores possuem mais capacitação, uma rede de apoio forte e estruturada, e empreendem geralmente por oportunidade, e não por necessidade – diferente da realidade da maioria dos pequenos empreendedores, infelizmente.
Para combater essa realidade, os gestores dos pequenos negócios devem investir em capacitação, um olhar estratégico e muito planejamento para criarem uma gestão empresarial cada vez mais forte e capaz de driblar os momentos difíceis.
Quais são os tipos de gestão empresarial?
Existem diversas modalidades para conduzir uma gestão empresarial. Alguns tipos de modelos de administração e liderança são:
- Centralizadora
- Democrática
- Meritocrática
- Cadeia de Valor
- Ciclo de Inovação
- Excelência em processos
- Resultado como foco
- Ciclo de Deming ou Ciclo PDCA
Como aplicar os conceitos de gestão empresarial na prática?
Existem muitos conceitos e estratégias diferentes de gestão empresarial, mas algumas são essenciais para utilizar no dia a dia de qualquer negócio, são elas:
1. Mapeamento de processos do negócio
Mapear e estudar todos os processos que envolvem a sua empresa é muito importante para que você, gestor, tenha controle das principais atividades e possa identificar chance de melhorias, corte de custos, redução de despesas, novos projetos e maximização dos resultados.
Para mapear processos no seu negócio, defina o que deve ser estudado, envolva os colaboradores, entenda as entradas e saídas de cada atividade, organize bem as informações e, por fim, mensure a efetividade de cada processo e ajuste o que for preciso.
2. Planejamento de objetivos
Uma boa gestão empresarial sabe conduzir a equipe para alcançar as metas das empresas. Porém, para isso, é necessário ter uma organização clara dos objetivos, com prazos e alvos alcançáveis de acordo com a realidade do modelo de negócio.
Uma estratégia que pode ser utilizada para planejar objetivos na empresa é a técnica de metas SMART.
Metas SMART
O conceito de meta smart indica que um objetivo deve ser sempre específico, mensurável, atingível, relevante e temporal.
3. Indicadores de desempenho
Toda meta deve ser mensurável e, para isso, é importante que o planejamento da gestão empresarial defina como cada objetivo será medido.
Para isso, uma metodologia usada nas empresas são os indicadores de desempenho, também chamados de KPIs (Key Performance Indicators), que são métricas de avaliação de trabalho para guiar o andamento das atividades.
As métricas podem variar de acordo com cada organização, mas existem nove tipo de KPIs que são muito conhecidos, são eles:
- Indicadores de lucratividade
- Indicadores de rentabilidade
- Indicadores de competitividade
- Indicadores de produtividade
- Indicadores de qualidade
- Indicadores de capacidade
- Indicadores estratégicos
- Indicadores de valor
- Indicadores de turnover
4. Tecnologia como aliada
A tecnologia pode facilitar muito todos os processos de gestão, permitindo que os líderes tenham um melhor controle do desempenho das diferentes áreas da empresa e possam mensurar os resultados com facilidade.
Um estudo da consultoria Accenture revelou que o uso de tecnologia pode ajudar as empresas a melhorar a eficiência operacional, reduzir custos em até 25% e aumentar a produtividade, liberando mais tempo para que os funcionários se concentrem em tarefas de maior valor.
O primeiro e mais importante software que as empresas contratam é o ERP (Enterprise Resource Planning), um sistema de gestão empresarial que integra os principais setores de um negócio e possui diversas funcionalidades úteis para os gestores e suas equipes.
5. Capacitação profissional
Investir na capacitação profissional dos gestores e dos colaboradores, além de realizar treinamentos frequentes sobre os processos da empresa, é primordial para manter uma cultura de melhoria contínua e resultados positivos.
Por isso, no planejamento da gestão empresarial é preciso incluir cursos de capacitação para a equipe e mapear os treinamentos necessários para manter todo o time qualificado e alinhado nos mesmos objetivos.
6. Comunicação transparente
Uma comunicação clara e honesta é essencial para qualquer organização. Parece algo simples, que todos já sabem, mas é um valor negligenciado nas empresas.
Priorizar uma boa comunicação em todos os setores da empresas permite:
- Reduzir prejuízos
- Evitar problemas
- Melhorar a produtividade
- Garantir que todos os membros da equipe estejam alinhados em relação aos objetivos
- Promover um trabalho mais eficiente
- Aumentar o engajamento e colaboração dos funcionários
Vantagens de ter uma boa gestão empresarial
Empresas com uma boa gestão empresarial, com foco em alcançar as metas e trabalhar a melhoria contínua nos processos tendem a obter muitos benefícios, independente do seu porte.
Um estudo feito pela McKinsey & Company em 2020, com mais de 1.700 empresas em todo o mundo, mostrou que as empresas que implementam uma boa gestão empresarial têm vantagens competitivas significativas em relação aos seus concorrentes.
Algumas dos benefícios identificados pela pesquisa incluem:
- Melhora no relacionamento com clientes: tendem a ter processos mais estruturados e a ser mais orientados para o cliente, focando em fornecer produtos e serviços de alta qualidade.
- Melhoria nas finanças corporativas: uma boa administração influencia diretamente nos lucros da empresa, permitindo um crescimento mais rápido dos negócios.
- Maior eficiência operacional: estabelecem processos mais eficientes, o que resulta em uma maior produtividade e redução de custos.
- Maior capacidade de inovação: costumam ser mais abertas à inovação e mudanças positivas, o que resulta em maior produtividade, mais lucratividade e novos negócios, produtos e serviços.
- Melhor clima organizacional: uma liderança positiva consegue criar um ambiente de trabalho positivo e colaborativo, o que aumenta a motivação e o engajamento das equipes.
- Redução de riscos: empresas com uma boa gestão empresarial possuem uma gestão de riscos mais eficiente, o que reduz a probabilidade de problemas e crises.
Ferramentas para gestão empresarial
Existem muitas ferramentas de gestão empresarial que ajudam na tomada de decisões, monitoramento e análise de resultados, organização de processos, construção de planejamento, entre outras atividades.
1. Análise SWOT
A análise SWOT é uma ferramenta para avaliar os pontos fortes e fracos e as oportunidades e ameaças de uma empresa ou projeto.
A SWOT pode ser útil para identificar áreas que precisam de melhorias ou possibilidades de ações mais estratégicas.
Ao preencher a análise SWOT, é importante considerar que os pontos fortes e fracos se referem a características internas da empresa, enquanto as oportunidades e ameaças se referem a fatores externos.
Exemplo de análise SWOT
Por exemplo, ao fazer uma análise SWOT em uma gestão de Pet Shop, podemos encontrar os seguintes pontos organizados desta maneira:
- Pontos Fortes:
- Equipe de funcionários com boa qualificação e experiência;
- Localização privilegiada;
- Variedade de serviços oferecidos (banho e tosa, venda de rações, produtos de higiene, roupas, etc.);
- Parcerias com fornecedores de confiança.
- Pontos Fracos:
- Pouca visibilidade nas redes sociais;
- Falta de diversificação das marcas dos produtos oferecidos;
- Preços acima da média praticada na região.
- Oportunidades:
- Crescente demanda por produtos e serviços premium;
- Expansão dos serviços oferecidos para atender a necessidades específicas (ex: banho e tosa para gatos);
- Parcerias com empresas e profissionais do ramo pet;
- Criação de um programa de fidelidade para reter mais clientes.
- Ameaças:
- Aumento da concorrência no mercado local;
- Crise econômica que pode afetar o poder aquisitivo dos clientes;
- Mudança de comportamento dos consumidores em relação aos cuidados com os pets.
2. Business Model Canvas
O Business Model Canvas (BMC) é uma ferramenta de planejamento estratégico que permite visualizar, de forma clara e objetiva, todos os aspectos de um negócio. É usado principalmente nas etapas de criação de um novo negócio.
Como preencher o Business Model Canvas?
O Business Model Canvas é composto por nove blocos que representam as principais áreas de um modelo de negócio:
- Proposta de valor: descreva o propósito do seu negócio ou projeto e o que ele tem a oferecer aos seus clientes.
- Recursos: identifique quais são os recursos necessários para manter o seu negócio funcionando, como pessoal qualificado, equipamentos e tecnologia.
- Atividades principais: liste as atividades-chave que você precisa realizar para entregar a sua proposta de valor, como desenvolvimento de produtos e treinamento de funcionários.
- Segmentos de clientes: identifique quem são os seus clientes, ou seja, o perfil do seu consumidor, quais são as suas necessidades e como você pode atendê-las de forma eficaz.
- Canais de distribuição: aponte e avalie quais são os canais mais adequados para alcançar os seus clientes, como loja física, e-commerce, redes sociais ou marketplaces, por exemplo.
- Parcerias: avalie quais são as parcerias que podem ajudar a sua empresa ou projeto a alcançar seus objetivos, como fornecedores de produtos, empresas de logística, etc.
- Relacionamento com clientes: defina como você se comunica e se relaciona com os seus clientes, tanto os canais de comunicação, como os valores que guiarão a conduta dos atendimentos.
- Estrutura de custos: defina os principais custos envolvidos na operação da sua loja, como despesas com pessoal, aluguel, estoque e marketing.
- Fontes de receita: preencha as principais fontes de receita da sua loja, como vendas de produtos, serviços prestados, investimentos, etc.
3. Matriz BCG
A Matriz BCG (Boston Consulting Group) é uma ferramenta de análise que ajuda os gestores a avaliarem a posição de seus produtos ou serviços no mercado.
Os produtos ou serviços podem ser categorizados em quatro quadrantes:
- Estrela: produtos ou serviços com alta participação de mercado com grande potencial de crescimento. São as mercadorias ou atividades que devem continuar a receber investimentos em sua venda ou desenvolvimento.
- Vaca Leiteira: produtos ou serviços com alta participação de mercado em um segmento de baixo crescimento. São as mercadorias ou atividades que geram lucro para a empresa, sem a necessidade de altos investimentos de tempo ou dinheiro.
- Ponto de Interrogação: produtos ou serviços com baixa participação de mercado no momento, mas que podem pertencer a um segmento de alto crescimento, ou seja, são investimentos de alto risco e incertos. É necessário avaliar se vale a pena investir nas mercadorias ou serviços desta categoria.
- Abacaxi: produtos ou serviços com baixa participação de mercado em um segmento sem perspectivas de crescimento. São fontes pouco lucrativas e com pouco potencial de crescimento. Os gestores precisam descontinuar ou minimizar os custos dos itens “abacaxi” para manter sua rentabilidade da empresa.
4. 5W2H
A ferramenta 5W2H é uma espécie de checklist, serve para criar planejamentos e ações de maneira rápida e eficiente.
Na 5W2H é necessário responder sobre um negócio, projeto, produto ou serviço as seguintes questões:
- What: o que será feito?
- Why: por que será feito?
- Where: onde será feito?
- When: quando será feito?
- Who: quem fará?
- How: como será feito
- How much: quanto custará?
O objetivo é garantir que todas as partes importantes de um projeto estejam claramente definidas e que todos os envolvidos na sua execução entendam exatamente o que precisa ser feito, como será feito, quem será responsável e quando será concluído.
Exemplo de 5W2H
Vamos imaginar que uma empresa de estética deseja lançar um novo produto cosmético com a sua marca até o final do ano, então o seu 5W2H poderia ser construído da seguinte maneira:
- What (O quê): O que é o produto? É um creme hidratante facial para pele seca, especial para utilizar após alguns tratamentos e protocolos.
- Why (Por quê): Por que estamos desenvolvendo este produto? Para oferecer aos clientes que ficam com a pele muito seca após tratamentos da clínica de estética que fazem a pele ficar mais ressecada e sensível.
- Where (Onde): Onde será vendido o produto? Na clínica de estética física e também na loja online.
- When (Quando): Quando o produto será lançado? O lançamento está previsto para 01/12/2023.
- Who (Quem): Quem é o público-alvo do produto? Mulheres e homens de todas as idades que se preocupam com o cuidado facial, frequentam a clínica de estética e buscam produtos com ingredientes naturais.
- How (Como): Como será feita a produção do produto? A produção será terceirizada em uma fábrica especializada em cosméticos naturais, com acompanhamento e supervisão da nossa equipe de qualidade.
- How much (Quanto): Quanto custará o produto? O preço ainda não foi definido, mas será competitivo em relação a outros produtos similares no mercado de cosméticos naturais.
5. Matriz GUT
A Matriz GUT é uma ferramenta para avaliar a urgência de uma situação e organizar a prioridade das ações de solução.
A sigla GUT representa as palavras Gravidade, Urgência e Tendência, cada uma dessas categorias possui uma escala de 1 a 5, onde 1 representa a menor gravidade, urgência ou tendência e 5 a maior.
Exemplo de uso Matriz GUT
Neste caso, um gestor de um pequeno negócio de autopeças está avaliando os seguintes problemas:
Situação | Gravidade | Urgência | Tendência | Média Crítica (GUT) |
Lucro abaixo do esperado | Muito grave (4) | Muito urgente, curto prazo (4) | Agravo em curto prazo (2) | 10 |
Aumento de reclamações dos clientes sobre a qualidade dos produtos | Grave (3) | Urgente, médio prazo (3) | Agravo em médio prazo (3) | 9 |
Melhorar estratégia de comunicados via WhatsApp | Pouco grave (2) | Pouco urgente, longo prazo (2) | Agravo em longo prazo (2) | 6 |
Com base nessa análise, o problema do lucro estar abaixo da meta é o mais urgente e deve ser o foco da gestão.
Enquanto a melhoria da estratégia de envio de comunicados via WhatsApp é a terceira na ordem de resoluções, é algo que pode esperar as outras questões serem resolvidas ou então uma tarefa que pode ser delegada para outros membros da equipe e tirada da responsabilidade da gestão, por exemplo.
6. Balanced Scorecard
O Balanced Scorecard (BSC) ou Indicadores Balanceados de Desempenho é uma metodologia para avaliar o desempenho da empresa. Foi criada pelos por Robert Kaplan e David Norton, ambos professores da Harvard Business School.
O objetivo é identificar os fatores de sucesso de uma empresa ou projeto e edir o seu desempenho em quatro perspectivas diferentes:
- Financeira
- Clientes
- Processos internos
- Aprendizado e crescimento
Exemplo de uso Balanced Scorecard
Para preencher um modelo de Balanced Scorecard, vamos usar uma situação de uma distribuidora de bebidas que deseja se tornar líder do mercado de bebidas da sua cidade, oferecendo produtos de alta qualidade, uma grande variedade de mercadorias e um excelente serviço ao cliente.
Nesse caso, o primeiro passo é identificar os fatores críticos de sucesso:
- Perspectiva financeira: aumentar receita, reduzir custos operacionais e aumentar investimentos.
- Perspectiva do cliente: aumentar a satisfação do cliente e manter uma taxa de retenção de clientes alta.
- Perspectiva dos processos internos: aumentar a eficiência das operações de distribuição, melhorar a gestão do estoque e aumentar a qualidade do serviço de entrega.
- Perspectiva do aprendizado e crescimento: aprimorar as habilidades e o conhecimento dos funcionários, pesquisar produtos que os consumidores estão procurando e negociar com fornecedores.
Em seguida, definir os indicadores de desempenho:
- Perspectiva financeira: receita total, margem de lucro, custos, valor de investimento.
- Perspectiva do cliente: taxa de satisfação do cliente, taxa de retenção de clientes, número de novos clientes adquiridos.
- Perspectiva dos processos internos: tempo médio de entrega, taxa de entrega pontual, taxa de devolução de produtos, taxa de reclamações.
- Perspectiva do aprendizado e crescimento: horas de treinamento por funcionário, número de novos produtos disponibilizados.
Por fim, definir as metas e iniciativas:
- Perspectiva financeira: aumentar a receita em 10%, reduzir os custos de entrega em 5%, aumentar a margem de lucro em 2%.
- Perspectiva do cliente: aumentar a taxa de satisfação do cliente em 15%, manter a taxa de retenção de clientes em 80%, adquirir 40 novos clientes por mês.
- Perspectiva dos processos internos: reduzir o tempo médio de entrega em 10%, aumentar a taxa de entrega pontual em 95%, reduzir a taxa de reclamação em 30%.
- Perspectiva do aprendizado e crescimento: fornecer 20 horas de treinamento por funcionário por ano, disponibilizar 5 novos produtos por ano.
7. 5 Forças de Porter
As 5 forças de Porter é uma metodologia para entender o nível de competitividade de uma empresa, produto ou serviço.
As 5 Forças de Porter são:
- Rivalidade entre concorrentes: essa força é a intensidade da competição entre as empresas de um setor.
- Poder de barganha dos fornecedores: essa força mede o poder que os fornecedores têm sobre as empresas ou um segmento.
- Poder de barganha dos compradores: essa força mede o poder que os clientes têm sobre a empresa ou um segmento.
- Ameaça de novos entrantes: essa força mede a facilidade com que novas empresas podem entrar no mercado
- Ameaça de produtos ou serviços substitutos: essa força mede a facilidade com que os consumidores podem substituir os produtos da empresa por outros similares.
Exemplo de uso das 5 Forças de Porter
Para usar o modelo das 5 Forças de Porter, é necessário estudar o mercado do seu negócio.
Por exemplo, no caso de uma loja de material de construção:
- Rivalidade entre os concorrentes: No caso de material de construção, existem muitas lojas que atuam nesse ramo, tais como Leroy Merlin, Balaroti, C&C, entre outras. A competição é intensa, com as empresas disputando espaço e tentando se diferenciar por meio de preços, variedade de produtos, entre outros fatores.
- Poder de barganha dos fornecedores: na área de material de construção, a grande diversidade de produtos e a concorrência entre os fornecedores reduzem o poder de barganha dos fornecedores. Embora, alguns itens e marcas muito específicas podem ir contra esse dado, principalmente quando há algum tipo de crise no mercado.
- Poder de barganha dos compradores: os clientes têm um poder moderado de barganha, pois existem muitas opções de lojas, marcas e produtos no mercado.
- Ameaça de novos entrantes: no setor material de construção, essa ameaça é relativamente baixa, pois é necessário um grande investimento em logística, estoque, fornecedores, entre outros aspectos para atuar nesse mercado.
- Ameaça de produtos ou serviços substitutos: existem algumas opções de substituição, mas o mercado é amplo e diversificado, o que torna a ameaça relativamente baixa.
8. Nine Box
Nine Box, também chamada de “matriz de desempenho e potencial”, é um método de gestão empresarial para gerenciar os talentos da empresa. O objetivo dessa ferramenta é facilitar o desenvolvimento do time e o plano de carreiras, permitindo um melhor planejamento para promoções ou transferências de cargos, por exemplo.
9. OKRs
OKRs, Objectives and Key Results ou Objetivos ou Resultados-Chave em português, são um sistema de definição de metas e objetivos de uma empresa, suas equipes e colaboradores.
O método consiste em estabelecer, de maneira objetiva, o “eu vou” que se trata do objetivo e o “medido por” que é o conjunto de resultados.
Geralmente, na gestão empresarial, é definida uma série de OKRs para cada equipe e colaborador.
Exemplo de OKR
Para entender como funciona a definição de metas OKRs, confira a seguir um exemplo de como seriam as OKRs de uma empresa que presta consultoria.
- Objetivo principal: aumentar a receita da empresa em 30% no próximo trimestre.
- Meta 1: aumentar o número de novos clientes em 20% no próximo trimestre, por meio de campanhas de marketing digital e indicações de clientes satisfeitos.
- Meta 2: oferecer um novo serviço de consultoria financeira personalizada para clientes corporativos até o final do trimestre, gerando uma receita adicional de pelo menos 10%.
- Meta 3: reduzir em 15% o tempo médio de resposta aos clientes, garantindo um melhor atendimento e maior satisfação dos mesmos.
- Meta 4: aumentar a taxa de retenção de clientes em 10% até o final do trimestre, por meio de um atendimento mais personalizado e de acompanhamento de suas necessidades.
- Meta 5: realizar pelo menos 3 eventos de networking com clientes potenciais, visando ampliar a visibilidade da empresa e captar novos negócios.
Erros para se evitar na gestão empresarial
Uma pesquisa feita pelo Sebrae em 2021 apontou quais são os principais erros cometidos na gestão das empresas brasileiras:
- Falta de planejamento estratégico: muitas empresas não possuem um planejamento estratégico claro e definido, o que dificulta o alcance dos objetivos de longo prazo.
- Ausência de controle financeiro: alguns gestores não fazem um controle adequado das finanças, o que pode levar a problemas de fluxo de caixa, endividamento e até mesmo falência.
- Não conhecer bem o mercado e os clientes: a falta de pesquisas de mercado e conhecimento do perfil do consumidor pode resultar na perda de clientes e de oportunidades de negócios.
- Falta de gestão de pessoas: não trabalhar com uma política clara de gestão de pessoas e ter um relacionamento ruim com o time impacta negativamente os resultados de qualquer empresa, gerando crises internas, problemas de motivação, baixo desempenho e até mesmo processos trabalhistas.
- Ausência de inovação: muitos negócios não investem em inovação e novas tecnologias, o que pode deixá-las defasadas em relação à concorrência, com desperdício de dinheiro, despesas extras, falta de controle financeiro e perda oportunidades de crescimento.
Sistema ERP para facilitar a gestão
A gestão empresarial possui muitas responsabilidades e desafios para manter a empresa devidamente organizada e crescendo.
Para isso, é imprescindível contar com um sistema que permita ter controle das principais atividades do negócio, integre setores, mostre os dados e resultados de maneira clara e eficaz, além de permitir automatizar tarefas – o que faz com que os gestores e suas equipes ganhem tempo, produtividade e mais rentabilidade.
Tudo isso é possível com um tipo de sistema de gestão chamado ERP que possui funções como:
- Controle de vendas
- Sistema PDV para frente de caixa
- Controle de estoque
- Gestão financeira
- Cadastros
- Relatórios completos
- Integração completa
Se a sua empresa ainda não possui um ERP para automatizar tarefas e melhorar a gestão de processos, vale a pena testar alguns sistemas.