Quando se trata de administrar um negócio, é fundamental entender os conceitos financeiros e tributários do universo empresarial! E um desses conceitos é o controle patrimonial, uma atividade importante para manter a organização financeira e fiscal de qualquer negócio.
O que você vai encontrar?
ToggleAfinal, é essencial para qualquer gestor de empresa ter o controle organizado de tudo o que pertence ao negócio, como os equipamentos, móveis, investimentos, dinheiro e até mesmo os bens usados para realizar atividades, como o carro da empresa, por exemplo. Isso é o que chamamos de “patrimônio” da empresa.
Então, o controle patrimonial é a gestão desses bens da empresa, ou seja, é como você, empreendedor, mantém um registro organizado de todas as coisas que pertencem ao negócio.
Além de ajudar a própria organização da empresa, o controle patrimonial é essencial para manter uma boa gestão financeira, além de facilitar a declaração de imposto de renda, evitando problemas e prejuízos.
Alguns conceitos contábeis podem parecer complexos à primeira vista, principalmente para aqueles que ainda estão se familiarizando com a área. Além de entender o que é controle patrimonial, dentre desse mesmo universo existem dois termos importantes: ativo fixo e circulante.
O que é controle patrimonial?
O controle patrimonial é um método para acompanhar e organizar todos os bens, recursos e valores que uma empresa possui.
É como um inventário detalhado que abrange tudo que está sob domínio do CNPJ, mas que vai além de simplesmente listar itens, o controle patrimonial proporciona uma visão clara de como esses ativos são usados para gerar valor.
Ao fazer ou analisar o controle patrimonial de uma empresa, provavelmente você vai se deparar com dois conceitos importantes: os ativos fixos e circulantes.
O que são os ativos?
Na área de economia quando alguém fala em ativos, esta pessoa está fazendo referência aos bens e direitos que as empresas possuem.
Tudo que tem valor monetário para o negócio e está sob seu controle – seja tangível ou não – e que se espera gerar benefícios econômicos a curto, médio ou longo prazo se enquadra nessa categoria. Esta definição compreende desde o mobiliário até a marca do empreendimento.
Com isso, existem duas classificações principais para os ativos: fixos e circulantes.
O que são ativos fixos?
Também chamado de ativo imobilizado ou não circulante, um ativo fixo consiste em bens permanentes que são fundamentais para o funcionamento da empresa e que não podem ser convertidos em dinheiro de forma imediata, ou seja, possuem menos liquidez.
Os ativos fixos são bens duráveis como imóveis, móveis, máquinas, veículos e materiais de escritório, por exemplo.
Ativos tangíveis e intangíveis
Quando se trata da classificação de ativos fixos ainda existe a divisão entre ativos tangíveis e intangíveis:
- Ativos Tangíveis: tratam-se de bens palpáveis, que possuem materialidade, como mobília, equipamentos e prédios, por exemplo.
- Ativos Intangíveis: são os objetos abstratos, aqueles que não podem ser tocados, sendo representados por direitos de ordem jurídica ou econômica. Direitos de patentes e nomes, por exemplo, são um tipo de ativo fixo intangível.
Principais componentes dos ativos fixos
- Ativos imobilizados: são os bens tangíveis usados na operação do negócio por um período prolongado. Isso inclui propriedades, equipamentos, máquinas, veículos, instalações e terrenos.
- Ativos intangíveis: são bens não físicos, mas que possuem valor econômico para a empresa. Exemplos incluem patentes, marcas registradas, direitos autorais, softwares, concessões e licenças.
- Investimentos de longo prazo: são investimentos que a empresa faz com a intenção de mantê-los por um período superior a um ano. Isso pode incluir aquisição de ações de outras empresas, participação em empreendimentos conjuntos e títulos de longo prazo.
- Ativos financeiros de longo prazo: são valores a receber ou investimentos financeiros que não são esperados para serem realizados em dinheiro no curto prazo. Isso pode envolver empréstimos concedidos a terceiros ou investimentos em títulos de longo prazo.
- Ativos diferidos: são despesas pagas antecipadamente que têm benefícios econômicos futuros. Exemplos incluem despesas de organização, despesas pré-operacionais e aluguel antecipado.
- Depósitos e cauções: valores pagos como garantia ou segurança em contratos ou transações. Normalmente, esses valores são recuperáveis após o término do contrato.
- Recursos naturais e minerais: ativos relacionados a recursos naturais, como jazidas de minerais ou reservas de petróleo, que possuem valor econômico e são explorados ao longo do tempo.
- Ativos para venda a longo prazo: ativos que a empresa planeja vender no futuro, mas que não são destinados à venda imediata. Eles são classificados como não circulantes até serem vendidos.
O que são ativos circulantes?
Os ativos circulantes são todos os itens do negócio que apresentam alta liquidez, que é a possibilidade de serem transformados em dinheiro de forma rápida e eficaz.
São os bens ou direitos que podem ser convertidos em dinheiro no curto prazo, geralmente dentro do período fiscal da empresa que é de até 12 meses.
São exemplos de ativos circulantes:
- Estoque: itens de produção ou mercadorias prontas para serem vendidas.
- Estoques em trânsito: mercadorias ou produtos que estão em processo de serem transportados da fonte para o destino final.
- Matérias-primas: recursos utilizados na produção.
- Dinheiro em caixa: recursos financeiros imediatamente disponíveis.
- Aplicações financeiras de curto prazo: investimentos que podem ser rapidamente convertidos em dinheiro.
- Contas a receber de curto prazo: valores devidos pelos clientes no curto período.
- Adiantamentos a fornecedores: valores adiantados à empresa por seus clientes como garantia de entrega de produtos ou serviços. Eles são considerados ativos circulantes, pois são esperados para serem utilizados no curto prazo.
- Despesas antecipadas: pagamentos realizados antecipadamente por despesas que serão incorridas no futuro. Exemplos incluem seguros pré-pagos e aluguel antecipado.
- Ativos financeiros de curto prazo: investimentos temporários em títulos e valores mobiliários que podem ser convertidos em dinheiro em um curto espaço de tempo.
Como saber se um ativo é circulante?
Imagine que a empresa necessita de recursos financeiros imediatos. O que você faria para obter esse dinheiro? Retiraria do caixa, venderia estoque, anteciparia recebíveis? Todas as ações que você mencionaria – aquelas que podem ser facilmente transformadas em dinheiro a curto prazo – constituem o ativo circulante.
Tipos de ativos circulantes
Dentro dos ativos circulantes temos três categorias distintas: líquido, cíclico e operacional.
- Ativo circulante líquido: também conhecido como ativo financeiro, esse tipo engloba os recursos imediatamente disponíveis para cobrir despesas e obrigações. quando o saldo é positivo, indica que a empresa possui os meios para quitar seus compromissos imediatos.
- Ativo circulante cíclico: relacionado às atividades diárias da empresa, esse tipo inclui recursos gerados regularmente. exemplos abrangem adiantamentos a fornecedores, mercadorias, contas a receber e pagamentos relacionados ao estoque.
- Ativo circulante operacional: este tipo envolve processos essenciais que podem ser rapidamente convertidos em dinheiro, como contas a receber ligadas ao estoque e duplicatas.
Qual as diferenças entre ativo fixo e circulante
Aspecto | Ativo Circulante | Ativo Fixo |
Exemplos | Estoque, contas a receber, caixa | Propriedades, máquinas, veículos |
Objetivo | Cobrir despesas imediatas | Sustentar as operações de longo prazo |
Tempo de Utilização | Utilizado em um curto período | Utilizado ao longo de vários anos |
Cálculos | Valor total do estoque + Contas a receber | Valor – (Depreciação acumulada + Perdas de valor) |
Impacto Financeiro | Impacta fluxo de caixa imediatamente | Não afeta fluxo de caixa imediatamente |
Valorização | Geralmente mantém seu valor | Pode depreciar com o tempo |
Ciclo de Vida | Curto prazo | Longo prazo |
Conversão em Dinheiro | Conversão rápida em dinheiro | Conversão demorada e gradual |
Natureza | Bens e direitos de curto prazo | Bens de longa duração e permanência |
Manutenção | Controle constante para otimizar conversão em dinheiro | Manutenção regular para prolongar vida útil |
Relacionado a | Necessidades operacionais imediatas | Investimentos, capacidade produtiva |
Liquidez | Mais líquido | Menos líquido |
Exigência Legal | Requerido para demonstrações financeiras | Geralmente não exigido por regulamentos |
Decisões Estratégicas | Gestão de fluxo de caixa e liquidez | Investimentos em crescimento e expansão |
Porque as empresas devem fazer o controle patrimonial?
Fazer o controle patrimonial é importante para as empresas para manter um controle financeiro eficiente, rever seus investimentos, garantir a conformidade fiscal na hora de declarar o imposto de renda, além de prezar pela organização de todos os bens do negócio.
- Gestão financeira eficiente: o controle patrimonial permite que as empresas tenham uma visão clara de seus ativos e passivos, isso facilita a gestão financeira, pois os gestores podem identificar com precisão os recursos disponíveis, planejar investimentos e otimizar o uso de seus ativos.
- Tomada de decisões estratégicas: ter um registro preciso e atualizado de ativos ajuda os gestores a tomar decisões estratégicas embasadas em dados reais, eles podem identificar oportunidades de investimento, avaliar a viabilidade de expansão e planejar o ciclo de vida de seus ativos.
- Conformidade fiscal: ter o controle patrimonial auxilia no momento de passar os dados necessários para o contador ou responsável contábil fazer a declaração anual dos impostos da empresa.
- Prevenção de fraudes e perdas: um controle patrimonial atualizado ajuda a identificar discrepâncias entre os registros contábeis e a realidade, isso pode ajudar a prevenir fraudes internas e externas, bem como a perda de ativos devido a atividades indevidas.
- Avaliação adequada do valor da empresa: empresas que têm um controle patrimonial bem estruturado são mais propensas a obter avaliações precisas de seu valor de mercado. Isso é fundamental para negociações de fusões, aquisições, obtenção de financiamento e outras transações comerciais.
- Planejamento de manutenção e substituição: o controle patrimonial permite que a empresa identifique ativos que estão se depreciando rapidamente ou exigindo manutenção frequente.
- Acesso a recursos financeiros: em muitos casos, as instituições financeiras podem exigir informações detalhadas sobre os ativos de uma empresa ao considerar concessão de empréstimos. um controle patrimonial organizado e transparente ajuda a construir confiança com os credores.
Como fazer o controle patrimonial do seu negócio?
O controle patrimonial pode ser incorporado facilmente à sua gestão empresarial. Aqui, temos uma planilha para te ajudar a fazer o seu controle patrimonial de forma prática.