O processo de precificação de produtos é um dos principais segredos para o sucesso do negócio. Se os preços atribuídos forem feitos inadequadamente, as chances de colocar a empresa em risco são grandes.
Precificar um produto está diretamente ligado ao financeiro e esse processo envolve identificar o melhor preço para determinado produto, maximizando os ganhos para assegurar a saúde financeira da empresa.
Aqui neste artigo, você vai saber tudo o que é importante para fazer a precificar adequadamente os itens da sua empresa, sem ficar no prejuízo. Confira:
- Qual a diferença entre valor e preço
- Formação de preço para varejo e atacado
- Tipos de precificação
- Markup
- Calculando o preço de um produto
- Por que insistir em uma boa precificação?
- Conheça o Papo de Balcão: empreendedorismo sem conversa fiada!
Qual a diferença entre valor e preço
Os conceitos de valor e preço devem estar claros para as pessoas que trabalham diretamente com comércio. Isso porque qualquer decisão que envolva o dinheiro da empresa impacta diretamente no lucro, podendo gerar prejuízo para a saúde financeira.
Então, veja abaixo a definição e a diferença entre valor e preço:
Valor
O valor é relacionado a algo subjetivo. A noção de valor está ligada diretamente com a importância que o serviço tem para o cliente. Ou seja, um mesmo produto pode ter um valor muito maior para uma pessoa do que para a outra.
Pessoas que colecionam itens, por exemplo, são capazes de pagar valores altos em um item específico. Já pessoas que não têm interesse por aquele item, não pagariam o valor atribuído.
Preço
Já o preço está relacionado a uma quantidade de dinheiro, ou seja, a quantia que o cliente precisa pagar para adquirir o produto.
A soma do preço atribuído envolve os custos de produção do produto ou serviço, bem como a margem de lucro da empresa. Com isso, o preço pode ter muitas variáveis, como demanda, poder aquisitivo do público-alvo, preços do mercado etc.
Para fazer a precificação do produto, é importante levar em consideração a modalidade do comércio, ou seja, se ele opera no formato de varejo ou atacado.
Saiba como fazer a formação de preço para cada uma das modalidades:
Formação de preço para varejo e atacado
Dentro do varejo, ter lucro significa comprar e vender bem. Então, a precificação dessa modalidade precisa ser feita minuciosamente, pois existem diversos fatores que podem impactar na hora de definir o preço dos produtos.
Na precificação de produto no atacado, é muito importante escolher um preço que cubra o custo de fazer negociações, incluso numa margem de lucro razoável, e ainda, que não seja maior do que o mercado poderá suportar.
A precificação de varejo e atacado sempre vão sofrer alguma
Sempre haverão fatores que influenciam diretamente na precificação, tanto no varejo quanto no atacado, sendo alguns deles: público, mercado, concorrência, custo, despesas fixas, entre outros.
Saiba como funciona o processo de precificação em cada uma das modalidades de comércio:
Precificação no varejo
Diferente da indústria, na hora de precificar o produto, o comércio varejista não precisa se preocupar com matérias primas ou insumos, mão de obra, impostos, logística etc.
No varejo o mais importante como base para definir o preço da venda é o custo do produto. Mas além disso, o custo de transporte também deve ser considerado.
É preciso levar em conta além do que está na nota fiscal; acrescentar os custos envolvidos para que o produto chegue até o estabelecimento. Isso faz parte das despesas fixas da empresa.
Além desses fatores, existem outros que também são considerados para a precificação no varejo, são eles:
- custos fixos e variáveis do negócio;
- valor praticado pela concorrência;
- ciclo de vida do produto;
- estratégia de posicionamento da marca;
- intervalo de disposição de compra dos consumidores.
Vale lembrar que no varejo o preço de venda deve ser flexível, ou seja, ser possível alterá-lo conforme as demandas do mercado, bem como as necessidades do negócio.
Precificação no atacado
Diferente do varejo, o atacado já precisa se preocupar com matéria-prima e mão de obra, além de outros custos, como aluguel, maquinário, investimentos de marketing etc.
Ao fazer a conta da mão-de-obra, é preciso considerar além da confecção e material utilizado, como também o tempo para idealizar o produto. E além disso, considerar as despesas comerciais, incluindo fixas ou variáveis.
A fórmula utilizada para calcular o lucro no atacado é a multiplicação do preço de custo por dois ou mais (dependendo do lucro obtido).
Além dessa opção, é possível incluir o preço do lucro pretendido no cálculo do preço de custo. Assim, é possível decidir quanto a empresa quer lucrar em cada produto separadamente.
Tipos de precificação
O processo de precificação de um negócio precisa ser visto como parte de uma estratégia. O valor proposto deve estar alinhado aos objetivos da empresa, tipo de cliente etc.
Abaixo, você conhece as três principais formas de precificar um produto ou serviço nesse cenário:
1- Precificação baseada no custo
Para que o preço seja baseado no custo, é preciso definir uma porcentagem que, mais para frente, será acrescida ao custo total dos produtos.
Como não existe nenhuma recomendação específica, esse percentual fica a critério da própria empresa.
Veja como funciona na prática:
Digamos que o percentual definido pela empresa seja de 50% e o custo total de produção desse produto é de R$100,00.
O cálculo do montante em percentual é somado ao custo total, ou seja:
R$ 100,00 x 50% = R$ 100,00 + R$ 50,00 = R$ 150,00
Essa estratégia é bem clara, mas nem sempre é o ideal para as empresas, principalmente as que trabalham com serviços, pois os custos envolvidos são difíceis de serem mensurados.
2 – Precificação baseada na concorrência
Essa é uma das metodologias mais aplicadas na precificação. O objetivo é analisar os preços da concorrência, mesmo mercado ou segmento, e definir o valor.
As empresas de pequeno porte são as que mais têm dificuldade com esse tipo de precificação, pois as organizações maiores possuem preços mais competitivos por trabalharem em escala.
Empresas que trabalham com serviço também têm dificuldade nesse tipo de precificação, pois, muitas vezes, os serviços são heterogêneos, dificultando a comparação entre as empresas.
3 – Precificação baseada na demanda
Nesse modelo, os preços dos produtos são determinados de acordo com o valor percebido pelos consumidores. Ou seja, o preço que eles estão dispostos a pagar pela mercadoria ou pelo serviço.
Por considerar o consumidor, esse tipo de precificação é considerado muito vantajosa. Mas assim como os demais métodos, também tem suas desvantagens.
Entre as desvantagens estão os ajustes dos valores monetários, que deve também abranger os preços não-monetários.
Assim, caso o consumidor não tenha conhecimento sobre o valor total que envolve o produto, pode haver problema. Além de não ser possível considerar o preço uma variável central para o cliente.
Markup
Acreditamos que você já tenha lido algo sobre Markup nas suas pesquisas sobre precificação.
Essa é uma metodologia utilizada por muitas empresas para auxiliar no processo de formação de preço.
O Markup mostra a relação entre os custos de produção, ou distribuição, e o preço de venda do produto ou serviço.
Por ser simples, ele é utilizado em diferentes tipos de negócio, levando sempre em consideração que a precificação depende de alguns fatores, como concorrência, oferta e procura, além das tendências de mercado.
Cálculo Markup
Para o cálculo de Markup, são considerados o seguintes fatores:
- Despesas fixas: gastos administrativos para manter a empresa: aluguel, salários, contas de água, luz e telefone etc.
- Despesas variáveis: gastos que oscilam de acordo com a produção e as vendas: impostos, frete, comissão etc.
- Margem de lucro: percentual do valor final do produto que você terá como lucro.
A fórmula utilizada é bem simples: 100/[100-(DV+DF+LP)].
Para esclarecer:
- O número 100 é a base percentual que representa o valor unitário total
- A sigla DV indica o percentual que corresponde às despesas variáveis
- A sigla DF é o percentual relativo às despesas fixas
- A sigla LP significa a porcentagem da margem de lucro.
É importante lembrar que a margem de lucro sobre o preço de venda de cada produto não pode ser acima de 100%. Isso porque quando a margem de lucro está muito alta, a venda acaba sendo inviabilizada.
Calculando o preço de um produto
Observe um exemplo prático de como fazer o cálculo de um produto:
Imagine que você trabalha com a produção de sapatos.
Sua empresa gasta R$30,00 de matéria-prima; R$20,00 com a produção e pretende lucrar R$ 15,00.
Temos assim: R$30,00 + R$20,00 + R$15,00 = R$65,00 é o valor mínimo a ser cobrado por sua empresa para que tenha lucro e possa continuar produzindo suas mercadorias.
No valor de um serviço, outras questões devem ser avaliadas: quantos funcionários serão disponibilizados para essa tarefa, qual o tempo que ela levará, quais os custos com materiais etc.
Isso é importante para que os valores não fiquem muito abaixo dos custos, fazendo com que ele se torne pouco rentável e, portanto, não sustentável a longo prazo.
Para definir o cálculo de despesas de sua empresa é necessário separar as despesas variáveis das fixas para conseguir verificar com maior rapidez na hora das decisões.
Por que insistir em uma boa precificação?
Depois do que você leu aqui neste post, fica claro que fazer a precificação pode ser motivo de sucesso ou fracasso do negócio.
Esse processo envolve muita energia e tempo para que seja possível colher bons frutos nas vendas.
Por isso, conheça 5 razões para fazer a uma boa precificação no seu negócio:
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